Em abril de 2003 a municipalidade de Nova Iorque, representada pelo “Lower Manhattan Development Corporation”, lançou o que se tornou o maior concurso de arquitetura da história. Com a participação de seis continentes e 63 países, 5.201 equipes submeteram propostas para o “World Trade Center Site Memorial Competition”, que tinha como objetivo selecionar o melhor projeto de um memorial em homenagem às vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 e de 26 de Fevereiro de 1993.
O concurso foi aberto e realizado em duas etapas. Para a primeira etapa, baseada no anonimato, os concorrentes deveriam enviar propostas conceituais em uma única prancha. Ao final da primeira etapa o Júri selecionou oito finalistas que passaram à segunda etapa, durante a qual os finalistas desenvolveram seus conceitos iniciais. O projeto vencedor, anunciado em janeiro de 2004 e intitulado “Reflecting Absence“, é de autoria do arquiteto Michael Arad em conjunto com o paisagista Peter Walker. O memorial – primeira parte do projeto – é inaugurado nesta data – 11 de setembro de 2011 – que marca o décimo aniversário do atentado de 2001. Para mais informações acesse aqui a página do 9/11 Memorial.
Veja a seguir extratos da Ata da Comissão Julgadora:
“O Júri enfatiza, antes de tudo, que utilizou o tempo que foi necessário para a avaliação e decisão final entre os 5.201 projetos submetidos, originados de 63 países. De todos os projetos, consideramos que “Reflecting Absence”, de Michael Arad, em conjunto com o paisagista Peter Walker, atende de forma mais eloquente as intimidantes porém absolutamente necessárias demandas deste memorial. Em sua articulação ao mesmo tempo simples e poderosa dos vestígios das Torres Gêmeas, “Reflecting Absence” transformou os vazios deixados pela destruição em símbolos essenciais do sentimento de perda. Ao permitirem que a ausência fale por si mesma, os autores do projeto fizeram da força desses vestígios a base conceitual deste memorial. Em sua essência, este memorial está fundamentado nos eventos reais e nos conectam à lembrança da destruição das torres e, mais importante, às vidas que foram perdidas.
Na descida para o nível abaixo da rua, em direção aos vestígios deixados pelas torres perdidas, descobrimos que a ausência se torna palpável à medida em que se observa e se ouvem as finas camadas de água que caem nos espelhos d’água, cada um com um vazio em sua área central. Podemos ver o céu, agora expressamente delineado pelo perímetro dos vazios, através do véu de cascatas. (…) Se por um lado os vestígios das torres são marcados pelos vazios, a praça circundante inclui um bosque, como afirmaçãoo tradicional de vida e renascimento. As árvores, como a memória em si, demandam o cuidado e atenção daqueles que as visitam e guardam, e lembram a vida em sua forma viva, servindo como representação viva da destruição e da renovação da vida, em seus ciclos anuais. O resultado é um memorial que expressa tanto a incalculável perda de vidas, como o consolo da regeneração. O memorial não apenas cumpre com a missão de preservar os vestígios, de celebrar as vítimas individualmente e de permitir acesso aos alicerces, mas também reconecta o lugar com o tecido urbano da cidade e com a comunidade urbana.”
Para mais informações sobre o concurso, inclusive regulamento, memorial descritivo do projeto vencedor, ata da Comissão Julgadora na íntegra, projetos finalistas e para avisualização de todos os 5.201 projetos concorrentes, visite a página oficial doWorld Trade Center Memorial Site Competition.
Fonte: Concursos de Projeto
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