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Seis meses após tragédia, novas casas ainda não foram construídas em cidades serranas do Rio


    Sérgio Vieira/R7
Teresópolis não reconstruiu nenhuma das 52 pontes que foram destruídas pela força das enchentes. Moradores tiveram que fazer pontes provisórias para atravessar o rio.PONTE SANTA RITA TERESÓPOLIS
Seis meses se passaram desde que enxurradas de lama, pedra e água arrasaram sete cidades da região serrana, devastando áreas inteiras na madrugada de 11 de janeiro. A reconstrução caminha a passos lentos. Em Teresópolis, um dos municípios mais afetados, nenhuma nova casa foi construída para atender os 6.730 moradores que ficaram desalojados e os 9.110 desabrigados.
A Secretaria Estadual de Obras confirma que, no período, nenhuma nova moradia chegou a ser reerguida na região serrana. Entretanto, em Teresópolis e em Nova Friburgo, áreas desapropriadas estão em fase de terraplanagem (preparação do terreno) para projetos habitacionais. Já a reconstrução de casas passa por iniciativas pontuais dos proprietários dos imóveis.
Segundo o Ministério da Integração Nacional, as sete cidades (Areal, Sumidouro, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo) receberam R$ 30 milhões do governo federal para obras emergenciais. A pasta afirma que, em breve, os outros R$ 70 milhões chegarão aos cofres dos municípios para as próximas fases de reconstrução.

A procuradora-geral de Teresópolis, Ana Cristina da Costa Araújo, confirma que o dinheiro recebido pela cidade – cerca de R$ 7 milhões – foi usado para obras emergenciais e diz que o município não tem recursos para acelerar a reconstrução das áreas atingidas.- O Estado está atuando no município. A Emop [Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro] e outras secretarias estão fazendo os serviços e, de alguma forma, esses órgãos recebem verba direta do governo, mas o município só teve acesso aos R$ 7 milhões iniciais, que foi utilizado com salvamentos e retirada de escombros e barreira. O valor repassado até agora não é suficiente.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, os R$ 70 milhões que faltam ser liberados para o Estado já estão disponíveis, mas só serão repassados após prestação de contas das obras que já foram realizadas. 
Em Teresópolis, a Secretaria Municipal de Defesa Civil mapeou 93 áreas de risco. As regiões mais afetadas por enchentes foram Poço dos Peixes, Santa Rita e Cruzeiro. Nenhum órgão consultado soube informar quantas famílias vivem nas áreas de risco.

Moradores improvisam pontes Na falta de ajuda das autoridades, a maneira encontrada por moradores foi improvisar. Em Cruzeiro, bairro visitado pela reportagem do R7 diversas vezes desde janeiro, moradores encontram-se divididos por um riacho. A falta de pontes definitivas impede que carros cheguem às localidades mais distantes, já que foram feitos acessos apenas para a passagem de pedestres. 
A falta de vias melhores impede também que o bairro de Santa Rita, localizado no topo de segundo distrito de Teresópolis, tenha contato com a rodovia BR-116 por meio de Cruzeiro. Para isso, os moradores têm que dar uma volta bem maior por caminhos no meio da mata por dentro do bairro Arrieiro ou Holliday. 

Segundo os moradores de Cruzeiro, a falta de pontes definitivas também pode ser observada no bairro Fazenda Suíça, às margens da BR-116.No caso de Cruzeiro, antes da tragédia das chuvas, havia duas pontes, usadas por veículos e coletivos, que faziam a ligação entre áreas do próprio bairro e também a Santa Rita. Atualmente, quem chega ao local encontra apenas duas vias, uma feita por moradores com pranchões e varas de eucaliptos (materiais disponibilizados pela prefeitura) e outra criada por homens do Exército poucos dias depois do desastre natural. R7 reencontrou o caseiro José Eduardo Silveira de Carvalho, morador de Santa Rita, e as reclamações continuam as mesmas.- Fica difícil se deslocar, porque a gente só consegue passar a pé. Não tem como levar nada porque carro não passa na ponte que fizeram aqui.O governo do Estado do Rio de Janeiro informou que cerca de R$ 395 milhões são usados para a reconstrução das estradas e pontes afetadas na tragédia da região serrana. Segundo a procuradora de Teresópolis, a Emop e o DER (Departamento de Estados de Rodagem) já receberam o projeto de construção de 11 pontes definitivas, mas ainda não se sabe quando as obras serão iniciadas. Ela diz que as duas pontes de Cruzeiro – da estrada Adelino Dias e da rua Antônio de Souza Maia – estão incluídas na primeira leva das obras.A Emop confirmou que está elaborando um projeto básico para a construção das 11 pontes, mas não informou as regiões que serão contempladas.Em relação às obras nas estradas, a maior necessidade é por ações de recuperação de diversos trechos das rodovias RJ-148, RJ-150, RJ-142, RJ-130, RJ-134, que atravessam os sete municípios. Para as obras, Teresópolis não precisa abrir processo de licitação (concorrência entre empresas), pois a cidade ainda está em situação de emergência. Com isso, o município fica autorizado por lei a contratar a empresa que achar conveniente.Encostas: perigo iminenteRegiões de Teresópolis também tiveram poucas intervenções para diminuir a possibilidade de novos deslizamentos nos morros que ficaram instáveis nas áreas de risco. Ou seja, as 700 encostas prestes a desabar informadas pela Emop continuam em perigo iminente.Apesar de a ajuda demorar a chegar a bairros atingidos, a avenida Lúcio Meira, no centro da cidade, estava em reforma. A via não foi atingida pelo desastre climático. Questionada, a procuradora-geral alega que, por ser um município turístico, Teresópolis precisa apresentar boas condições. - É uma obra anterior ao período de calamidade. Por causa da tragédia, ela ficou parada, até por questões processuais, e o canteiro ficou todo quebrado. A vida da cidade precisa continuar. Nós somos uma cidade turística, a economia precisa se reerguer.Comunidades que sofrem com áreas de risco e consequentes deslizamentos, como Perpétuo, Pimentel, Rosário, Morro do Tiro, Jardim Meudon, Meudon e Vale da Revolta, receberão, de acordo com o Ministério da Integração Nacional, cerca de R$ 14 milhões para obras de contenção de encostas. Segundo a Secretaria Municipal de Defesa Civil, foram registradas 392 mortes em Teresópolis. Ainda estão desaparecidas, de acordo com o Ministério Público, 322 pessoas. Na região serrana, existem hoje cerca de 31 mil desabrigados e desalojados.
Deixo aqui os meus questionamentos:
- Onde está a ajuda prometida pelo governo? 
- Onde foi parar a verba? 
- Algum dia o povo realmente será atendido em seus direitos como cidadão, ou sempre prevalecerá os interesses de poucos?
Fonte: R7

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