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Governança Corporativa e Sustentabilidade. Ou, como a transparência é verde


A competitividade dos negócios e da busca por investidores vem provocando ao longo dos últimos anos uma mudança significativa na forma de agir e pensar coletivamente dentro das organizações.
O modelo tradicional visando fortemente o lucro às custas do que quer que fosse deixa de ser aceito pelos diversos stakeholders:
  • Funcionários não se sentem confortáveis ao trabalharem em empresas cujas ações possam piorar a vida de outras pessoas ou prejudicar o meio ambiente;
  • Clientes se tornam avessos a produtos cujas fábricas provoquem danos ambientais ou se utilizem de mão de obra inadequada;
  • Fornecedores não querem suas marcas vinculadas a tais tipos de empresas;
  • Governos, preocupados com o futuro da população e da Natureza, exigem práticas adequadas, reparações e investimentos em ações sócio-ambientais;
  • Por essas e outras razões, acionistas passam a pressionar a administração das empresas, afinal, com funcionários desmotivados, clientes avessos, menos fornecedores e pressão governamental, não existe negócio que sobreviva.
Para que tais questões fossem solucionadas, tanto as práticas de Responsabilidade Sócio-Ambiental (RSA) quanto a Governança Corporativa se tornaram aliados da administração e, apesar de diferentes em forma, estão bastante correlacionados.

Transparência força boas ações

Enron e Worldcom quebraram em 2001 levantando a questão das fraudes contábeis e fiscais. Foi um dos aceleradores da Governança Corporativa. Foto: James Nielsen/Getty Images
Governança Corporativa vem justamente como forma de melhorar as relações entre os diversos atores que envolvem a organização e isso se dá, em grande parte, através da transparência e da prestação de contas.
Diversos relatórios, geralmente com formatos pré-estabelecidos, são gerados para que toda a sociedade tenha conhecimento das ações da empresa e seus planos para o futuro, e, se há transparência, é bom que o que será mostrado agrade aos que lerão, por isso, práticas antes limitadas aos bastidores, precisam ser alteradas para que sejam bem aceitas.
Outro aspecto importante da Governança Corporativa é a participação, seja de acionistas minoritários, seja de representantes de classe, do próprio governo, enfim, da sociedade.
Este fator também reforça a orientação às práticas de responsabilidade social e empresarial uma vez que são atores mais preocupados com o reflexo total da empresa na sociedade e menos à busca pelo retorno financeiro.

Foco no Individual vs Foco no Coletivo

É interessante notar como as pessoas, individualmente, vivenciaram nas últimas décadas umamudança drástica na estrutura familiar, base inegável de formação da consciência ética, dos valores, da moral e da cultura.
Cada vez em unidades menores e mais fechadas, e atualmente em núcleos muitas vezes restritos a pais com filhos, apenas casais ou mesmo pessoas solteiras, o que antes servia para a formação de um pensamento coletivo foi se transformando em foco no individual e nas conquistas pessoais.
Tal elemento se torna relevante a partir do momento em que essas pessoas tomam decisões em empresas e passam a pensar apenas no retorno imediato e individual e não nos reflexos a todos aqueles que o rodeiam e ao meio ambiente. É aí que a Governança Corporativa se mostra positiva, pois com mais pessoas e grupos participando, torna-se mais plausível o foco na coletividade, o pensamento para além das fronteiras da organização.

Bom para nós, bom para os negócios

Notando, portanto, o ganho gerado por ações positivas que compreendam desde o uso do papel reciclado à logística reversa dos produtos, passando pela exploração correta dos recursos naturais e respeito pela sociedade, é imperativo às empresas que trabalhem com Responsabilidade Sócio-Ambiental.
Além disso é extremamente justo que divulguem suas ações ao público, o que em nada diminui seus feitos, pois quanto mais as pessoas se utilizarem disso como fator decisivo para a compra, mais as empresas se verão obrigadas a adequar-se aos melhores padrões.
O que se pode notar é uma inicial preocupação financeira como motor da Governança Corporativa, tentando dar voz aos acionistas minoritários, inibir fraudes, evitar conflitos com órgãos governamentais e reguladores ou desrespeito às leis, mas que acaba por refletir em umaadministração voltada para o coletivo, para a igualdade entre as pessoas, para o compromisso com o futuro, notadamente característicos da RSA.
Fonte: Eco4planet                                                                    [Imagem inicial por Sprout-Foundation.org]

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