Museu é um dos principais edifícios do projeto de revitalização do cais, que terá outros armazéns transformados em espaços culturais.
Desenvolvido pelo escritório paulistano Brasil Arquitetura, o Memorial Luiz Gonzaga faz parte do projeto Porto Novo, do Governo do Estado de Pernambuco. Com nome oficial de Cais do Sertão Luiz Gonzaga, o local será um museu e um centro cultural, abrigando o acervo do músico pernambucano. A ideia é que o espaço seja um museu interativo, assim como o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Edifício de quatro pavimentos terá praça coberta |
O memorial será construído no armazém número 10 do cais, que havia sido condenado pela Defesa Civil de Pernambuco e já está sendo demolido. O galpão será reconstruído nas mesmas características do anterior, com estrutura de concreto, mas com a colocação de forros acústicos, substituindo as telhas de fibrocimento existentes no galpão. Os materiais restantes da demolição do armazém serão reaproveitados ao máximo na nova construção.
Dentro do galpão, será construída uma sala circular para a apresentação de temas sobre o sertão, com o objetivo de levar o visitante a uma imersão no universo sertanense através de imagens e sons do região.
Segundo Pedro Del Guerra, do escritório Brasil Arquitetura, anexo ao galpão haverá um edifício de quatro pavimentos todo estruturado em concreto armado, que contará com áreas para exposição e uma auditório para 250 pessoas. Parte do pavimento térreo será aberta, formando uma praça coberta no local. Uma parede de concreto vazada em cada lado do edifício vai formar um corredor iluminado naturalmente ao lado da estrutura. Um restaurante e um jardim serão construídos na cobertura.
O espaço ainda terá uma praça semicoberta no outro lado do galpão, onde haverá um juazeiro, árvore típica do sertão, ligando-o ao armazém 9. Essa praça dará acesso ao museu.
O projeto de 7 mil m² deve ficar pronto em 2012, com financiamento de R$ 23 milhões provenientes do Ministério da Cultura. Segundo o escritório, o espaço “usará a tecnologia mais adequada, visando a economia de meios construtivos, o baixo custo de manutenção, a durabilidade dos materiais empregados, bem como a economia de consumo energético e de recursos naturais – água, luz, ventilação e isolamento térmico – dentro dos limites aceitáveis para um museu de alta tecnologia expositiva”.
Museu é um dos principais destaques da revitalização do porto |
Armazém novo manterá características arquitetônicas do anterior |
Revitalização do porto
Os armazéns da parte não-operacional do Porto de Recife, que compreendem os galpão 7 ao 14 em um trecho de 1,3 km, serão reformados para dar lugar a lojas, teatro, cinema, boliche, restaurantes, centros de convenções, escritórios e terminal marítimo. O projeto começou a sair do papel antes mesmo de seu anúncio, no final de 2010, e deve ser finalizado em 2012. A requalificação dos galpões terá um investimento de R$ 50 milhões do governo do Estado.
Os armazéns 7 e 8 receberão o Terminal Marítimo de Passageiros, orçado em aproximadamente R$ 19 milhões. Assim como no armazém 10, a estrutura do galpão será mantida, sendo necessária a construção de uma estrutura de concreto acoplada às paredes do armazém, que receberá um espaço amplo para o trânsito de passageiros e para a instalação dos escritórios alfandegários, como a Receita Federal e a Polícia Federal. Além disso, o armazém conta com a sala do Memorial do Porto, onde ficam guardados documentos e objetos históricos do porto.
Edifício do terminal lembra as velas de um barco |
Uma ponte vai conectar o armazém à Sala Pernambuco, por onde entrarão cerca de 70 a 80 mil passageiros por ano. Segundo Moisés Andrade, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto de autoria do escritório Andrade&Raposo, o projeto arquitetônico da sala consiste em deixá-la parecida com um barco de papel, através de uma cortina metálica com estrutura tubular que lembra as velas de um barco.
Com projeto do próprio governo e mantendo as características arquitetônicas dos galpões, também serão reformados os armazéns 9, 11, 12, 13 e 14. O armazém de número 9 será transformado em um shopping, enquanto o armazém 11 vai virar a Central do Artesanato de Pernambuco, espaço para exposições e comercialização de obras de artesanato.
O armazém 12 será um local para realizações de feiras e eventos e vai contar com escritórios no 1° andar. O armazém 13 será destinado à comercialização de lojas e escritórios. O armazém 14 terá um teatro com 500 lugares, um cineteatro para 150 pessoas e um espaço voltado para outras atividades de lazer, como um boliche. Na parte externa do armazém 14 será montado um palco para shows.
Confira vídeo com projetos produzidos pelo governo, que não inclui o Memorial Luiz Gonzaga nem o Terminal Marítimo de Passageiros:
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