Chefes de Estado e governo posam para a foto oficial da Rio+20/Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Na véspera do encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) os cerca de 100 chefes de Estado e governo reunidos no Rio de Janeiro mantêm na quinta-feira, 21 de junho, uma série de discussões em mesas-redondas sobre o documento final a ser anunciado por eles na sexta-feira (22). A exemplo de quarta-feira (20), vários presidentes e primeiros-ministros discursarão. O pronunciamento do presidente de Cuba, Raúl Castro, é um dos mais esperados.
Os líderes se reúnem em quatro grandes debates, em busca de fechar um consenso sobre o documento final, que nos últimos dias dividiu os negociadores dos países em desenvolvimento e os desenvolvidos e gerou muita polêmica. Mas o texto não será modificado, mesmo diante de críticas e apelos. A tendência, segundo os negociadores, é acrescentar, mas sem a possibilidade de exclusão de itens ou de alteração de conteúdo.
Inicialmente, houve uma expectativa de que a versão preliminar, concluída segunda-feira (18), pudesse ser modificada. Mas o secretário executivo da delegação do Brasil na Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, descartou a hipótese.
Contribuições da sociedade civil
Segundo ele, as 30 recomendações encaminhadas pela sociedade civil serão analisadas pelos líderes políticos, mas eventuais mudanças no documento final só ocorrerão daqui a três meses. Reunidos em dez painéis, os integrantes da sociedade civil examinaram os temas-chave do desenvolvimento sustentável, como água, energia, oceanos, novos padrões de consumo, produção e erradicação da pobreza e da fome.
Líderes mundiais retomam o debate na quinta-feira (21)/Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, será criado um fórum para debater as propostas da sociedade civil e as sugestões que foram excluídas do texto final. O embaixador lembrou que a criação do fórum foi estabelecida no documento final.
Os chefes de Estado e governo retomam os debates na quinta-feira (21) em meio às cobranças da presidenta Dilma Rousseff para que os países desenvolvidos cooperem com o desenvolvimento sustentável e apoiem os investimentos, sem rejeitar as propostas alegando dificuldades decorrentes da crise econômica internacional.
Paralelamente, alguns líderes políticos e organizações não governamentais (ONGs) exigem mudanças no rascunho do texto alegando que, como está, ele não atende às suas demandas. As queixas envolvem principalmente a ausência específica de repasses financeiros, a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em organismo autônomo (a tendência é de que o órgão seja apenas fortalecido) e a ampliação da regulação das águas internacionais.
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