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Selo Leed deverá certificar residências sustentáveis no Brasil

GBC Brasil trabalha para certificar as residências brasileiras com o selo Leed

A construção civil é responsável por um alto consumo de recursos naturais e utiliza energia em larga escala, de acordo com números do Conselho Internacional da Construção. Mais de 50% dos resíduos sólidos gerados por atividades humanas são oriundos do setor, por exemplo.

Todavia, o conceito de construção sustentável amadurece e se consolida cada vez mais dentro da cadeia produtiva do setor. O Brasil é atualmente o quarto país do mundo quando o assunto são as certificações do selo Leed, concedido pelo Green Building Council (GBC), atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. Mas o ranking deve mudar ainda em 2014.

Em entrevista exclusiva ao EcoD, o diretor do GBC Brasil, Felipe Faria, comentou alguns dos principais desafios da construção sustentável no país. Entre outros pontos, ele adiantou que o órgão também trabalha para também avaliar as residências. Na última semana, ele entregou o selo Leed Gold à fábrica da GM em Joinville (SC), a primeira da América do Sul a conquistar o certificado. 

EcoD: O que lhe faz projetar que o Brasil chegará este ano ao terceiro lugar do mundo em construções sustentáveis?

Felipe Faria: Temos um cenário de padronização dos conceitos de construção sustentável, uma busca de certificação pelos prédios comerciais de alto padrão, um crescimento do interesse de plantas industriais, então nós vemos um momento positivo que começa a se alinhar com políticas públicas de incentivo nas esferas federal, estadual e municipal. São incentivos financeiros, administrativos ou fiscais. De 2007 para cá nós observamos também um aumento da capacitação profissional. Todos esses fatores resultam na redução de custo do processo de certificação, uma melhor compreensão das tecnologias voltadas a esse segmento.

Felipe Faria, diretor do GBC Brasil, adiantou que o país deve assumir a 
terceira posição no ranking de construções sustentáveis neste ano
Foto: Divulgação

O empresariado já compreende que trata-se de um investimento, em vez de apenas "mais um custo"?

Sim. Há o vencimento da principal barreira no que diz respeito a promoção da sustentabilidade, que é a falta de informação - às vezes o stakeholder da construção civil achava que era muito mais caro do que realmente é, bem como achava que o impacto ambiental de sua obra era bem menor do que realmente é.

E quais são esses impactos?

No Brasil, os impactos ambientais diretos e indiretos da construção civil resultam no consumo de 21% de toda água potável, 44% de toda eletricidade, geração de 65% de resíduos, emissões de cerca de 20% dos gases de efeito estufa, só para citar alguns exemplos. Mas hoje, com muita facilidade, conseguimos reduzir tais impactos.
Já há uma quebra da visão imediatista do setor, deixando claro que a opção mais vantajosa quando se pensa numa edificação é a sustentabilidade.

Qualquer discussão acerca do combate às mudanças climáticas tem foco na construção sustentável. A construção sustentável permite também o retorno econômico para diversos stakeholders (investidores, administradores da obra e usuários). Já há uma quebra da visão imediatista do setor, deixando claro que a opção mais vantajosa quando se pensa numa edificação é a sustentabilidade.

O que é mais fácil: aplicar medidas sustentáveis antes da execução da obra ou depois?

O ideal é que os critérios ambientais que vão integrar a construção já estejam previstos desde o projeto. Essa fase de estudos de conceituação é extremamente importante. Por exemplo: vamos otimizar a entrada de iluminação natural no prédio. Mas também é possível realizar a certificação em prédios já existentes. Hoje no Brasil temos diversos projetos de retrofit nos quais se consegue grande redução de consumo tanto de energia quanto de água em prédios obsoletos do ponto de vista operacional - com retorno econômico de nove meses a dois anos. É muito mais fácil, barato e rápido investir em eficiência energética, que no aumento de produção de energia.

Além de prédios comerciais e industriais, o Leed também certificará casas no Brasil?

Nós verificamos uma oportunidade de iniciar a disseminação desses conceitos numa esfera residencial, que hoje tem o maior volume construtivo do país. Na parte de residências, nosso comitê técnico, que tem mais de 200 profissionais, trabalhou há cerca de dois anos em um referencial técnico para casas. Fizemos um pré-lançamento dele em 2012, em nossa conferência internacional, quando abrimos para a inscrição de projetos-pilotos. Recebemos 25 inscrições, mas por conta do número limitado de nossa equipe escolhemos apenas nove projetos, que estarão finalizados em maio de 2014.

Esperamos fazer o lançamento oficial desse documento técnico em nossa conferência nacional, marcada para a primeira semana de agosto. Existe a possibilidade de criarmos um processo próprio de certificação de casas, mas independentemente disso teremos um documento feito pelos principais profissionais do mercado, testado como projeto-piloto, que servirá como referência para a construção de residências. 

De todos os critérios que o selo Leed leva em conta, qual é o mais difícil de ser aplicado nas construções?

Seguramente, são as metas de eficiência energética. É preciso seguir a norma técnica (o que não é fácil). Vou te dar um exemplo. A fábrica da GM em Joinville conseguiu reduzir o consumo de energia em 13,8% em comparação aos sistemas e equipamentos da norma norte-americana Ashrae, que é a mais respeitada do setor.

Fonte: EcoD

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