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Empreendedor aposta em máquina que transforma resíduos em tijolo ecológico


Uma empresa de Campo Grande (MS) se tornou referência nacional e internacional em um segmento diferenciado no país e no mundo. A Ecomáquinas desenvolve e produz equipamentos que transformam diversos tipos de resíduos

Uma empresa de Campo Grande (MS) se tornou referência nacional e internacional em um segmento diferenciado no país e no mundo. A Ecomáquinas desenvolve e produz equipamentos que transformam diversos tipos de resíduos sólidos em tijolos, pisos e blocos ecológicos. Há dez anos no mercado, esta fábrica fornece equipamentos para grandes, médias e pequenas empresas dos setores de mineração, construção civil e empreendimentos de gestão de resíduos sólidos.

A tecnologia da Ecomáquinas é 100% brasileira. A empresa já patenteou 11 equipamentos, que seguem rigorosamente as normas da ABNT e da Comunidade Europeia. “Tem muita máquina nossa espalhada pelo mundo”, afirma Luclécio Festa, diretor da Ecomáquinas. A empresa do Mato Grosso do Sul já vendeu mil fábricas de tijolos ecológicos no Brasil e 25 países, entre eles: Estados Unidos, Venezuela, Irã, Taiwan, Vietnã, Inglaterra, Bélgica, Portugal, Angola, entre outros.

“As olarias estão com os dias contados. As exigências ambientais serão cada vez maiores para explorar argila e queimar tijolos. Há tanto resíduo que pode ser transformado em tijolos, pisos e blocos”, argumenta o empresário. Os resíduos da construção civil são fartos no Brasil e a maioria é descartada incorretamente em lixões e no meio ambiente, lamenta. Para ele, resíduos são matéria-prima de qualidade, mas ainda desprezada no país.

Autodidata

Luclécio é autodidata e responsável pelo design e desenvolvimento dos equipamentos de sucesso. “Fui criado na indústria”, diz, se referindo à família atuante no ramo industrial (equipamentos para a agropecuária). Ele é formado em administração de empresas e se orgulha em dizer que as mil fábricas de tijolos ecológicos vendidas, até o momento, criaram, em média, 8 mil empregos.

O empresário conta que, há 20 anos, o tema aquecimento global o levou a fazer testes com tijolos ecológicos, pois eles têm como característica o isolamento térmico e acústico. Pesquisando o mercado, percebeu que o Brasil tinha déficit desse tipo de produto. “Decidi, então, produzir máquinas para produzir tijolos de resíduos, pensando que um dia as queimas de tijolos vão parar”, explica.

Luclécio Festa (à dir.) comemora os resultados da fabricação de tijolos ecológicos
Foto: Divulgação

Oito modelos de máquinas são produzidos pela empresa, voltados à prensagem hidráulica de tijolos, blocos e pisos ecológicos.

Luclécio diz que sempre foi sensível à causa ambiental e se preocupa com as queimas de tijolos sempre próximas a mananciais de água. Assim descobriu um grande nicho de mercado. ”Há dez anos, não imaginava que ia vender máquinas para tantos lugares do mundo. Revolucionamos o mercado e, hoje, somos referência nacional e internacional”, afirma satisfeito.

Modelos

A Ecomáquinas conta com 50 funcionários e ocupa uma área construída de 5 mil m², mas já está se preparando para ocupar mais 3 mil m². A empresa cresceu à taxa de 35% ao ano em faturamento, desde sua fundação. Oito modelos de máquinas são produzidos pela empresa, voltados à prensagem hidráulica de tijolos, blocos e pisos ecológicos. O empreendimento também fabrica trituradores, liquadores, esteira transportadora, misturadores e peneiras rotativas. “Temos máquinas para montar uma fábrica completa de tijolos ecológicos”, enfatiza.

A primeira máquina inventada por Luclécio se chama Ecomaster, que produz tijolos, blocos e pisos de 2 cm a 14 cm de altura. Até pouco tempo, o modelo Ecopremium, que custa cerca de R$ 31 mil, era o campeão de vendas, mas foi ultrapassada pelo Ecobrava (R$ 11.800). “Hoje, nosso foco são as micro e pequenas empresas”, revela o empresário. Todos os modelos são robustos e duráveis. “ Durabilidade é sustentabilidade: quanto mais durar, menos lixo”, explica.

As máquinas da Ecomáquinas podem trabalhar em diferentes tipos de terrenos, com terras mais arenosas ou não. Outro detalhe: elas são eficientes em termos de consumo energético. A Ecomaster, por exemplo, produz 4 mil blocos/dia e a conta de luz fica em torno de R$ 300/mês.
Recentemente a Ecomáquinas patenteou 60% de um processo tecnológico, desenvolvido por um pesquisador fluminense, que vai produzir tijolos a partir de resíduos de aterros sanitários. Este produto é revolucionário e promete fazer muito sucesso. Clientes de outros países já estão manifestando interesse pela novidade, que deverá fabricar tijolos e outros artefatos da construção civil com garrafas PET, latas, plásticos, papel, papelão e ferro.

“Estamos sempre trabalhando pela sustentabilidade. Criamos um processo para solucionar os resíduos de lixões e aterros”, resume Luclécio. Outro passo da Ecomáquinas será a geração de equipamentos automatizados, que vão dispensar operadores.

Fonte: EcoD

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