Sobrevoar qualquer cidade, seja ela grande ou pequena, significa ver um extenso mar de telhados escuros e, aleatoriamente, uma ou outra ilha branca. Entretanto, tem-se notado, nos últimos anos, que as ilhas brancas estão aumentando.
Cada vez mais, proprietários de edifícios comerciais e residências estão considerando essa solução graças à sua eficiência energética. As coberturas brancas compreendem, em grande parte, revestimentos elastoméricos que ajudam a promover iniciativas energéticas no mundo todo.
No Estado da Califórnia, nos EUA, por exemplo, todos os edifícios comerciais e industriais que passem por restaurações têm de utilizar “telhados frios”. Inclusive cidades do tamanho de Nova York têm criado programas como o NYC °Cool Roofs para promover e facilitar o esfriamento dos telhados da cidade.
No início da implantação desta tecnologia, os revestimentos elastoméricos para telhados eram produzidos visando apenas um mínimo de durabilidade. Mas com o tempo, os fabricantes de revestimentos elastoméricos começaram a aperfeiçoar cada vez mais o recurso buscando também um novo padrão de desempenho, durabilidade, e funcionalidade, além de um material mais ecológico.
A tarefa compreendeu o desenvolvimento de materiais que mantivessem e recuperassem a vida útil de lajes ou telhados de baixo declive (aqueles vistos em prédios comerciais como shopping centers, lojas de grande superfície, armazéns e galpões) sobre uma série de substratos diferentes e sob uma ampla gama de condições climáticas e de uso do telhado.
A melhora destes materiais surgiu da necessidade de proteger os telhados dos efeitos dos raios ultravioleta e da intempérie durante o maior tempo possível, o que permitiria oferecer aos proprietários de edifícios e usuários finais um valor agregado ainda maior.
Proteger um telhado é um grande desafio quando se tem em conta que esses podem ser construídos de materiais muito diferentes – como, por exemplo, mantas asfálticas, concreto, ou metal. Para serem efetivos, os revestimentos elastoméricos precisavam aderir com força à superfície de qualquer um desses materiais – e se manterem aderidos durante pelo menos cinco anos sem que sejam afetados pelas condições climáticas. Esse tipo de desempenho era impossível de se obter usando uma tinta normal de parede, o que motivou o aperfeiçoamento da tecnologia.
Nas últimas três décadas, o aumento desse valor para os donos de prédios tornou-se cada vez mais claro. Os revestimentos elastoméricos de telhados, hoje reconhecidos como componentes-chave do pacote de produtos utilizados na construção civil, proporcionam maior integridade estrutural, necessitam de menos manutenção, oferecem mais longevidade para o telhado, melhoram a eficiência energética e oferecem benefícios ambientais significativos imediatos e a longo prazo.
Funcionamento
O poder dos revestimentos elastoméricos está em sua elasticidade, propriedade que permite sua expansão ou contração juntamente com o substrato, atuando como uma ligação entre as rachaduras causadas pelas mudanças de temperatura. Em regiões de clima temperado, principalmente, os telhados podem enfrentar mudanças drásticas na temperatura de superfície. Verões quentes, invernos frios, primaveras e outonos com amplitude térmica muito grande (períodos em que o calor durante o dia é seguido de temperaturas muito baixas durante a madrugada) contribuem para o estresse mecânico.
Sob essas condições, conseguir o equilíbrio perfeito entre o alongamento do revestimento e a sua resistência à ruptura não é uma tarefa fácil.
Para alcançar a tal elasticidade, os materiais elastoméricos contêm aglutinantes maleáveis que se comportam como um líquido à temperatura ambiente. Eles oferecem excelente resistência ao acúmulo de sujeira. Ou seja, os aglutinantes mantêm a elasticidade e, ao mesmo tempo, não deixam a sujeira acumular na superfície do telhado.
Economia
Em uma construção, o calor excessivo no telhado traz custos com resfriamento. Um revestimento 100% acrílico oferece grande resistência e proteção contra raios ultravioleta e, quando branco, oferecerá também refletividade e emissividade solar.
A capacidade de resfriamento a custos acessíveis dos revestimentos elastoméricos de telhados foi o que chamou a atenção da Agência de Coordenação de Energia da Filadélfia. A cidade é repleta de residências de alvenaria e telhados pretos que passaram a ser conhecidos como “ondas assassinas de calor”, já que muitos proprietários de moradias de baixo custo não têm condições de ter um sistema de ar condicionado.
Depois de algumas experiências realizadas com aplicações de revestimentos elastoméricos, a agência registrou uma redução de 5 graus na temperatura interna do andar superior da edificação. Na parte externa, a temperatura da superfície de um telhado tende a cair, em média, 15 graus durante um dia de verão.
O trabalho da agência inclui projetos de reestruturação de quarteirões inteiros na Filadélfia, onde todas as edificações receberam revestimentos no telhado. Essa ação levou a um maior nível de resfriamento tanto na parte interna quanto externa das construções.
As coberturas elastoméricas de telhados são, de várias formas, conceituadas como verdes e aprimoradas do ponto de vista ambiental. Elas não apenas ajudam a economizar energia, mas também reduzem o volume de resíduos depositados em aterros e oferecem economias significativas em custos de manutenção e reposição.
Isso porque com o passar do tempo, o calor, a luz solar e as rachaduras resultantes da dilatação e contração vão degenerando o telhado. O modelo tradicional de manutenção consistia em retirar as telhas antigas e substituí-las por novas após 15 ou 20 anos.
Os revestimentos elastoméricos podem mudar completamente esse método. Um telhado revestido pode durar o mesmo tempo que a edificação se receber manutenção regular que se limita a limpezas ocasionais com uma mangueira ou lavadoras de alta pressão e reaplicação do revestimento a cada 10 ou 15 anos.
Ampliar a vida útil de um telhado pode ter um grande impacto. Segundo o Centro de Pesquisas de Materiais de Construção do Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tennessee, um aumento de apenas cinco anos no tempo de vida de um telhado pode reduzir os custos de cobertura em 21%, o que se traduz economias anuais de US$ 2,5 bilhões para o país e uma diminuição de 25% nos resíduos de coberturas que são depositados em aterros. Tais resíduos representam hoje quase 4% do volume total de resíduos sólidos nos Estados Unidos.
Além dos telhados
Proteger superfícies de alvenaria exige uma solução “macia”, ou seja, revestimentos à base de polímeros elásticos capazes de se alongar juntamente com as fissuras, fazer a união entre as rachaduras e evitar a penetração de água e sal e, com isso, voltar ao seu estado original quando a rachadura diminuir.
Os benefícios dos revestimentos elastoméricos não se limitam aos telhados. Revestimentos
de paredes formulados com esse material elastomérico 100% acrílico continuam flexíveis mas mantêm a resistência à ruptura, o que oferece proteção sob uma grande variação de temperaturas.
As microrrachaduras nas paredes fazem da proteção de superfícies de alvenaria um desafio especial. As tintas convencionais, entre as quais tintas de alvenaria, são produzidas à base de polímeros “duros” que formam filmes rígidos à temperatura ambiente. À medida que as rachaduras subjacentes se expandem, a tinta também racha, afetando a integridade do revestimento.
As paredes elastoméricas mantêm as residências uniformes, além de seguras e secas. Sua flexibilidade e consistência também oferecem resistência ao acúmulo de sujeira e evitam que chuvas com vento e a umidade se infiltrem, impedindo danos estruturais, mesmo em regiões úmidas e com tendência a furacões.
Ao ligar as rachaduras de uma parede, os revestimentos elastoméricos ajudam na manutenção de paredes de alvenaria, protegem edificações antigas e oferecem integridade e manutenção para novas construções.
Porém, ao optar por uma cobertura elastomérica, alguns fatores que garante a durabilidade, eficiência energética e proteção precisam ser observados. Antes de qualquer aplicação, pequenas rachaduras e vazamentos necessitam de reparo. O revestimento deve ser 100% acrílico atendendo normas técnicas de especificação. A aplicação do material deve ter espessura total de 20 milésimos de polegada, que vem a ser cinco vezes mais espessa do que uma tinta de parede normal.
Trabalho conjunto
A Dow Building & Construction tem observado a importância de trabalhar perto de seus clientes, fabricantes aprovados de revestimentos de telhados que utilizam resinas. Eles são os grandes especialistas em formulação, fabricação e conhecem condições reais de aplicação. Formar relacionamentos de trabalho colaborativo com clientes e com os clientes dos clientes é uma forma de aprimorar cada vez mais a qualidade do produto para chegar a um material totalmente eficaz e de acordo com a necessidade do consumidor final.
Atração sustentável
Os revestimentos elastoméricos de telhados são avançados do ponto de vista ambiental já que, além de reduzir o consumo de energia e os resíduos que são depositados em aterros, são à base de água e sua concentração de compostos orgânicos voláteis (VOCs) é muito baixa.
Seus benefícios são atrativos para cidades com altos níveis de poluição que procuram resistência à sujeira como Xangai e outras que procuram amenizar o efeito de ilhas de calor, como Tóquio.
Dos arranha-céus chineses às residências norte-americanas, a tecnologia de revestimentos elastoméricos de telhados é um produto de desempenho duplo que atua na manutenção dos telhados e os tornam mais eficientes do ponto de vista energético. Os benefícios convergem quando se trata da necessidade de substituição dos telhados. Nesse caso, os benefícios são o fator econômico e a sustentabilidade durante toda a vida útil da edificação.
Curiosidade
A espessura da pintura de uma residência é, geralmente, cerca de quatro milésimos de polegada (0,004 polegadas), enquanto a de revestimentos elastoméricos para telhados é cinco vezes maior — 20 milésimos de polegada (0,020 polegadas).
Javier Banos - Executivo responsável pelo marketing estratégico do negócio Dow Construction
Fonte: e/a Engenharia & Arquitetura
Comentário: Devemos observar os excessos pois ao pintar todos os telhados de branco isso poderá acarretar em excesso de claridade nos olhos dos pilotos de aeronaves. A alternância entre telhado verde e telhado branco ameniza a situação.
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