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Empresas reduzem uso da água na fabricação de seus produtos

Daniel Mello, da AGÊNCIA BRASIL
Lia Lubambo/EXAME.com
Viveiro da Suzano Papel e Celulose
Viveiro da Suzano: redução do uso da água também representa menos custos
São Paulo – A quantidade de água necessária para a produção de celulose diminuiu em mais de 50% desde a década de 1970. O gerente técnico da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), Afonso de Moura, cita o dado como um dos exemplos da preocupação do setor em reduzir o impacto ambiental da atividade.

“Quanto menos volume de água a gente movimentar, menor o impacto [energético] que estamos causando”, disse.

Por isso, a indústria tem investido em tecnologia e aprimoramento dos processos de produção. O técnico explica que grande parte da economia de água se deve ao reaproveitamento do líquido ao longo da fabricação da celulose. “Antes a gente usava água em cada etapa de lavagem do processo.”
Agora, o líquido entra na linha de produção no sentido inverso da matéria-prima, de modo que a água pura possa lavar o produto com menos impurezas e ser utilizada de maneira mais eficiente ao longo do sistema. “Bota água limpa no produto limpo. A água um pouco mais suja você usa para lavar uma outra etapa que é também um pouco mais suja”.
O ganho em eficiência ocorre também no descarte dos efluentes. O técnico disse que os líquidos são tratados de acordo com o grau de contaminação antes de serem lançados na natureza. Moura destaca que se há a mistura de efluentes “você precisa de uma estação [de tratamento] muito mais robusta. Porque é importante tratar o efluente menos contaminado como se fosse menos contaminado”. No modelo atual usa-se apenas pequenas estações.
Mas utilizar melhor a água não é uma busca somente do setor de celulose, outras indústrias que também usam intensamente o líquido têm tentado melhorar os processos de produção. Entre elas está a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev).
A empresa afirma que entre 2002 e 2009 reduziu em 27% o consumo direto de água para a fabricação de seus produtos, entre os quais estão algumas das principais marcas de cerveja e refrigerantes do país. “Cada unidade fabril tem metas claras de ecoeficiência: reduzir o consumo de água, gastar menos energia, diminuir a emissão de poluentes, aumentar o índice de reciclagem dos resíduos”, garante a fabricante.
Fonte: Exame

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