Alguns documentários dos canais a cabo até que são bem educativos. Três deles, em especial, prendem minha atenção. Um se chama A origem dos alimentos, onde o apresentador desvenda como são elaborados os itens alimentícios que a gente consome diariamente. Os outros dois – O segredo das coisas e Como se faz – mostram a fabricação dos mais variados bens de consumo, de baldes a computadores.
À primeira vista parece cultura inútil. Mas sob a ótica da Sustentabilidade pode ser muitodidático. Dá para ficar assustado observando quanto de trabalho, energia, tecnologia e recursos naturais são empregados para fabricar qualquer coisa, por menos complexa que possa parecer.
Fico impressionado com a quantidade de água utilizada nessa cadeia de produção. Ela é imprescindível para a lavagem, resfriamento e até transporte de praticamente tudo o que é industrializado. É a chamada “água virtual”, noticiada em abundância nesta semana de Dia Mundial da Água.
Felizmente, o conceito de empresa moderna envolve hoje a redução do uso do precioso líquido (além de energia elétrica) no sistema de produção. A indústria de cosméticos Natura, a fábrica de bebidas Ambev e a Associação de Produtores de Papel e Celulose já estão entre as que se preocupam em gastar menos água. É um grande avanço.
Os documentários televisivos me fizeram lembrar de que, na outra ponta da corda, o consumidor precisa fazer sua parte praticando os famosos 3Rs: Reduzir, Reutilizar, Reciclar. Particularmente, sempre defendi a ideia de que reduzir é sempre o melhor dos Rs. Pela simples constatação de que o ótimo ato de reciclar significa a necessidade de dispor novamente de mais água e mais energia (que no Brasil depende também de água, já que nossa matriz é hidrelétrica) para transformar materiais descartados novamente em produtos, naquele mesmo processo alucinante mostrado na TV. No caso de alimentos, talvez fosse o caso de levar para a mesa mais comida natural, usando as industrializadas com moderação.
O primeiro R provoca uma saudável reação em cadeia. Reduzindo o consumo – em outras palavras, consumindo conscientemente – estamos economizando, de uma tacada só, água, energia elétrica, matérias-primas, além de melhorar a qualidade de vida das cidades, já que diminuímos a quantidade de lixo nos aterros e seus impactos indesejáveis.
Incorporar mais dois Rs é também altamente bem-vindo: Repensar hábitos cotidianos e Recusar mercadorias feitas por empresas ultrapassadas, onde o desperdício ainda faz parte da cadeia produtiva.
Imagem – Ênio e Beto (da direita para a esquerda), queridos personagens do saudoso programa educativo infantil Vila Sésamo, da década de 1970. Quem foi criança nessa época lembra... Muppet Wikia, Creative Commons.
Fonte: Planeta Sustentável
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