Só de olhar fico cansada e indignada, pois se não existe espaço livre para o transporte público, nem para as bicicletas, e quiçá para os pedestres passarem, o caos é generalizado. PTG (Linha Vermelha): expressão máxima do descaso governamental no setor de transporte Por Uirá Lourenço – servidor público e ciclista por opção Fevereiro/2011 A equivocada obra da “Linha Verde” nem fez aniversário e já está velha, ultrapassada. Não há mais espaço para tantos carros, mesmo com a ocupação do acostamento e do já extinto corredor de ônibus. Com a milionária mega-ampliação promovida pelo governo, a Estrada Parque Taguatinga possui duas pistas locais e mais três vias expressas, além de túneis e viadutos. Não existe mais qualquer semáforo, faixa de pedestre ou outro equipamento que impeça a pressa motorizada. Nos horários de pico, apesar do alto limite de velocidade, milhares de motoristas ficam parados em longos congestionamentos cuja causa é a enorme frota circulante de carros. Apesar das inúmeras leis distritais que preveem incentivos ao transporte não motorizado, ciclovia e calçada foram ignoradas na mega-ampliação. Nos mais de R$ 300 milhões gastos (incluindo recursos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento), as prometidas faixas exclusivas para ônibus também não saíram do papel. Vale lembrar que a rodovia é uma das recordistas em acidentes e mortes. Apenas em 2010, segundo dados do Detran até outubro, ocorreram 11 acidentes com morte. Caminhar e pedalar pela EPTG são atos heroicos. Confira as imagens dessa absurda rodovia, talvez o pior exemplo a nível mundial. Em pleno século XXI, com todo o clamor pelas questões ambientais, e justamente na capital federal, que ostenta um ar de modernidade, eis que o rodoviarismo da década de 50 ressurge com toda a força, afugentando qualquer ser desprovido de motor. - Link para o registro fotográfico completo: - Links de alguns vídeos feitos na via: EPTG: carros param e bicicletas seguem livrementeCaos na EPTG (Linha Vermelha)Caso não consiga visualizar as imagens, segue em anexo o relato completo, em formato pdf. Segue, também, lista de leis que incentivam o transporte não motorizado no Distrito Federal. Divulgue esse absurdo rodoviarista. A propaganda governamental no período de ampliação da EPTG Antes da conclusão das obras, as pistas locais tinham uma destinação nobre: caminhadas e pedaladas Ainda durante a fase de obras, constatava-se um fluxo significativo de ciclistas Apesar do perfil de via urbana, faltam calçadas. Curiosamente, a placa do governo informa sobre o perigo. Pedestres tentam atravessar em local onde o DER eliminou as faixas de pedestre, para “garantir a segurança dos pedestres” O jeito é atravessar na marra. Existem poucos pontos de travessia, passarelas sem cobertura. Alto limite de velocidade, afinal fluidez motorizada é o que importa no DF Alta velocidade e alto índice de acidentes Total desestímulo ao transporte coletivo: ônibus parados no congestionamento Este é um ponto de ônibus da “Linha Verde” Eis mais um ponto de ônibus com modelo exclusivamente desenvolvido para a “Linha Verde” Ônibus lotados: dura realidade do transporte coletivo Não bastasse a superlotação, os passageiros ainda se sujeitam a constantes quebras nos ônibus Mais um ônibus quebrado. Passageiros correm no meio da via para embarcar em outro ônibus Ciclista passa espremido no final da EPTG Sem espaço seguro para trafegar, ciclistas se arriscam no meio da enxurrada de carros Ao final das obras, sobrou ainda menos espaço aos usuários de transporte não motorizado O resultado da ampliação, em poucos meses Caos provocado pela mega-frota de carros A cena se repete diariamente: fila de carros parados Política de transporte insustentável e injusta: ampliação para motoristas trafegarem sozinhos Após poucos meses da mega-ampliação, comprovou-se que o círculo vicioso provocado pelo incentivo ao carro ocorre na prática. |
Fonte:
Marcelo Castro
Maringá-PR
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