Pular para o conteúdo principal

As Chuvas Causam os Problemas?

Por Eng. Mauro Hernandez Lozano 


Costuma-se dizer que as chuvas causaram problemas: na pavimentação, na contenção, no muro de arrimo, na barragem, no deslizamento, de erosão, inundação e etc. Entretanto, na linguagem tecnicamente correta a chuva não causa o problema, mas sim o deflagra. Qual seria a importância disto para sociedade?


Importa à sociedade saber que tais eventos são conhecidos e previsíveis, pois aprendemos na escola de engenharia como considerar nos projetos os efeitos das chuvas exatamente para que os transtornos que ocorrem nestas épocas não causem tanto transtorno, como vemos todos os anos, inclusive com mortes anunciadas.


Portanto, é a falta da aplicação dos conhecimentos de engenharia que acarreta os problemas que se evidenciam nas épocas de chuvas, ou seja, são problemas previsíveis podendo ser equacionados, mitigados ou minimizados. 

O que aconteceu é que as obras de infra-estrutura não foram e, provavelmente, não estão sendo realizadas ou analisadas com a plenitude da tecnologia existente sobre a engenharia civil geotécnica. 

Fato é que a intensidade e duração das chuvas podem ser previstas pelos conhecimentos sobre hidrologia, as vazões podem ser quantificadas pela hidráulica e os fenômenos sobre estabilidade dos solos e rochas podem ser quantificados pela geologia, geotecnia e hidrogeologia.

A hidrologia, hidráulica, geologia, geotecnia e hidrogeologia são disciplinas da engenharia civil que deveriam ser aplicadas adequadamente para segurança e redução de custos da sociedade. 

As chuvas deflagram problemas em superfície, mas também por infiltração alimentam o lençol freático e mudam as características e comportamento dos solos podendo também ativar patologias por ação no subsolo. 

Apenas com os conhecimentos das diferentes especificidades da engenharia civil, mais especificamente da engenharia geotécnica, é que podemos diagnosticar os problemas em potencial e seus níveis de segurança e de riscos. 

E, assim, agir com projetos adequados, seguros e econômicos, para conferir a sociedade menos transtornos que temos observado anos após anos de forma crescente e desastrosos.

A drenagem geotécnica representa uma visão das consequências que as águas podem trazer aos solos sob o efeito da águas superficiais, subterrânea e infiltrações. 

De posse deste conhecimento a engenharia civil geotécnica projetará as ações a serem realizadas para disciplinar o fluxo de água superficial e em subterrâneo, dificultar ou impedir a infiltração de água ou até facilitá-la de modo que estas não instabilizem os solos e consequentemente as obras sobre estes. 

Os solos podem colapsar expandir e ou perder a resistência apenas sob o efeito de elevação da umidade trazendo como resultados os problemas de ruptura, deslizamentos e trincas assim torna-se imperioso saber a potencialidade de tais patologias para que sejam tomadas as devidas providencias. 

Solos colapsivos são muito comuns em quase todo interior centro oeste de São Paulo e ainda pouco conhecido por poderem trazer trincas a edificações e outros efeitos daninhos as obras de engenharia civil. 

Para obras de pavimentação são obrigatórios ensaios de resistência da fundação do pavimento onde é considerada a inundação do solo. Apenas com estes ensaios é possível dimensionar as camadas superiores para termos uma obra econômica e com uma vida útil adequada. 

O que temos notado é execução de obras de pavimentação sem execução destes ensaios e sem controle de qualidade trazendo como resultados pavimentos que mal suportam as primeiras chuvas onerando a sociedade. 

As erosões e assoreamentos são comuns e até banalizados achando tratarem-se apenas como conseqüências de muitas chuvas quando na verdade ocorrem por falta de conhecimento técnico (existente e disponível) e ou falta de aplicação de tecnologia existente. 

Enfim parece valer o ditado de que a ignorância simplifica. No caso, entendemos socialmente que a chuva é a causa. Quando na verdade a causa é a falta de aplicação de uma tecnologia disponível pela engenharia civil geotécnica não aplicada para servir a sociedade.
Fonte: IBDA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Casas Sustentáveis

Diversos modelos e ideias ou projetos de casas sustentáveis bem legais! Divirta-se e apreciem os modelos sem moderação! Captação de água e circulação de ar que mantém a temperatura agradável.  Ideias para aplicar em casas já construídas! Telhado verde! Tendência e obrigatoriedade em alguns países! Este modelo apresenta novas tecnologias! Lâmpadas com energia eólica! Captação de água e armazenamento. Fonte: Bioconservation

Aprenda a produzir gás metano em casa com um Biodigestor Caseiro

A geração de lixo, felizmente, pode ser uma aliada ao seu bolso e ao meio ambiente. A produção de gás natural é feita a partir do processo anaeróbionatural de decomposição realizado dentro de um biodigestor, o qual produz em especial o gás metano que tem um potencial de agravamento do efeito estufa muito maior do que o CO². Por conta disso, a utilização do metano como combustível -para fogões, por exemplo- passa a se tornar uma alternativa mais limpa, pois a partir desse processo você evita que metano seja liberado para a atmosfera naturalmente. Além disso, outro ponto positivo para a adaptação de um biodigestor caseiro é a autonomia gerada pela produção residencial do gás, pois após feito o biodigestor, você não precisará mais se preocupar em comprar gás butano. Já podem ser encontrados vários tipos de biodigestores a venda por um preço não tão elevado, contudo, essas câmaras de decomposição possuem um funcionamento tão simples a ponto de você poder produzir o seu próprio bio

Como Assentar um Piso Drenante?

O piso drenante não é apenas um piso pré moldado em placas de concreto drenante, é na verdade um sistema que engloba os materiais de assentamento formando uma escala granulométrica que drena as águas pluviais para o solo. As placas de piso não podem ser assentadas diretamente sobre a terra, pois a mesma irá entupir os vazios da placa de concreto evitando o correto funcionamento. A placa drenante deve ser assentada em um colchão drenante da seguinte forma de acordo com o manual técnico da Segato Pisos do Brasil: -Espalhar sobre o solo compactado uma camada de brita de aproximadamente 12cm de espessura. -Sobre a camada de brita, espalhar uma camada de Areia de aproximadamente 7cm de espessura. -Fazer colocação das placas usando uma linha de nylon para orientar no alinhamento e nivelamento. -A colocação tem que ser feita de forma que as peças fiquem travadas. Seguindo essas regras, teremos um piso ecologicamente correto podendo participar dos projetos com princípios