Sua linha de pesquisa busca produzir células solares sensibilizadas por corantes e fotossíntese artificial. | Foto: Green Talents/Divulgação
O apoio às pesquisas científicas ainda é muito pequeno no Brasil. Essa é uma das questões que dão importância ao concurso "Green Talents”, que nesta edição premiou 25 jovens cientistas de todo o mundo, entre eles o químico Antônio Patrocínio, de 29 anos.
Patrocínio teve reconhecimento pela sua dedicação ao desenvolvimento de materiais para conversão de energia solar. Há dez anos ele pesquisa o tema. O prêmio alemão analisou diferentes pesquisas relacionadas ao desenvolvimento sustentável.
"Na minha pesquisa, tenho buscado preparar materiais com propriedades químicas e físicas adequadas para serem integrados em dispositivos para a conversão de energia solar", disse Patrocínio à Folha.
O pesquisador é também professor da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, e está focando seus estudos em dois aspectos: células solares sensibilizadas por corantes e dispositivos para fotossíntese artificial.
No processo atual de energia solar, uma placa de silício é responsável pela absorção da luz e pelo transporte dos elétrons gerados por esse processo, que a partir daí geram energia. O problema é que o silício precisa ser de altíssima pureza, tornando o processo muito caro.
Já com as células sensibilizadas por corantes não há necessidade dos processos caros de purificação. Elas são pesquisadas há cerca de 20 anos por diversas entidades, sendo que existem empresas estrangeiras que produzem produtos baseados nessa tecnologia.
Os cientistas tentam utilizar os mesmos conceitos aplicados nas células solares com corantes em dispositivos capazes de produzir combustíveis a partir de luz solar e compostos que sejam abundantes na Terra, como a água. Esse processo é chamado de fotossíntese artificial. Através dele seria possível converter e armazenar a alta quantidade de energia que é disponibilizada diariamente pelo sol em combustíveis como o oxigênio, o hidrogênio e o metano.
"Nosso maior desafio é mimetizar os organismos fotossintéticos sem a necessidade de reproduzir o ambiente de suas células, extremamente complexo e auto-organizado. Em uma analogia simples, queremos produzir uma folha em laboratório", explicou o químico à Folha.
Até o momento, os testes do químico estão apenas em nível laboratorial. Porém, com o reconhecimento do prêmio recebido na Alemanha, ele pôde ter contato com diferentes pesquisadores e instituições do país e isso deve ajudá-lo a realizar experimentos conjuntos e intercâmbio de alunos. Em 2013 Patrocínio fará um estágio de até três meses no país e ele poderá escolher a instituição de sua preferência. Com informações da Folha.
Via: CicloVivo
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