Pular para o conteúdo principal

Projeto Residencial de oito casas de madeira da Vila Taguaí


Daniel Ducci

Situado a 22 km do centro de São Paulo, o projeto residencial de oito casas de madeira da Vila Taguaí, em Carapicuíba (SP), da arquiteta Cristina Xavier, foi concebido como uma alternativa inovadora de construção de novos espaços de moradia e ocupação de áreas verdes na periferia.

Em um vale densamente arborizado, com declive de 35% e face Leste, a implantação da Vila mantém o terreno natural o máximo possível: as oito casas são elevadas do solo criando terraços nos jardins, as árvores são preservadas e novas serão plantadas reforçando a vegetação nativa e as vias de circulação de veículos são pavimentadas com pedras mantendo a permeabilidade do solo. Os espaços de uso privativo ainda são integrados ao espaço de uso coletivo - um grande jardim - por meio de terraços e caminhos de pedestres.

As edificações utilizam o máximo de iluminação e ventilação natural (com as maiores aberturas voltadas para as faces norte/leste e as menores para oeste; controlando a insolação, permitindo a iluminação natural dos ambientes e criando o efeito chaminé) e possuem aquecimento de água com energia solar. A vila encontra-se num vale que precisa ser preservado - as águas pluviais são captadas e encaminhadas ao córrego existente. Os esgotos são tratados em estação dentro do condomínio para posterior uso nos vasos sanitários e irrigação.

A madeira é o material que possui o melhor desempenho diante das grandes questões deste século: energia e meio-ambiente. Sua produção depende apenas da energia solar e, além disso, florestas manejadas combatem o efeito estufa e geram empregos de qualidade na floresta, evitando a migração para as grandes cidades e também promovendo o desenvolvimento econômico da região produtora. Desta forma, ela foi a escolida para o projeto. Utilizando de modo racional a madeira proveniente de áreas de manejo sustentável da Amazônia, o projeto trabalhou com as premissas de aliar tecnologia inovadora de baixo custo e fácil execução.

Uma estreita colaboração entre Engenharia e Arquitetura viabilizou a pesquisa deste sistema construtivo, que se baseia em painéis de madeira para paredes, lajes de piso e lajes de cobertura. A dimensão dos painéis pode variar em largura de 0,20m a 3,00m, seguindo uma modulação de 10 em 10 cm, e em altura, de 1m a 5,50m. Foram projetados para favorecer o aproveitamento de peças de madeira maciça de menores dimensões e, ao mesmo tempo, se adequar a diferentes projetos arquitetônicos. As dimensões finais de cada painel facilitam a pré-fabricação na oficina, o armazenamento, o transporte e a montagem em obra.

As oito casas e três plantas-tipo com áreas entre 129 e 173m² com um ou dois pavimentos, criam espaços multifuncionais em residências compactas, viabilizando assim, a pesquisa do sistema construtivo. As unidades possuem acesso direto em nível ao pavimento estar e terraço. As casas sendo de madeira e suspensas têm bom desempenho térmico e evitam a umidade vinda do solo criando um terraço sombreado junto aos jardins.

Vila Taguaí: 
Estrada Taguaí, 402 - Carapicuíba (SP)
Área do terreno - 12.051 m²; 
Área construída - 1.249 m²
Custos aproximados: R$ 3.000.000 (terreno + projeto +  obra)
Equipe:Arquitetura: Cristina Xavier (autora); Henrique Fina, Lucia Hashizume e João Xavier (colaboradores)
Estrutura: Helio Olga
Fundações: Luis Fernando MeirellesElétrica: 
SandretecHidráulica: HagaplanConstrução: Ita Construtora
Fotografias: Daniel Ducci

Fonte: Arqbacana

Comentários

  1. Boa Noite.
    Adorei este projeto de tanta criatividade e pelo estilo de vida que nos trás.
    Eu e meu filho demos este sonho de moradia..Como: A casa na Arvore!!!!. Porém gostaria de saber se vcs possuem algum projeto pela região,Osasco, Granja Viana, Cotia, pq minha vontade era investir num lar como este..Trazer meus pais para um lugar gostoso que os visesse descansar..Gostaria de perguntar tb se eu tivesse hoje tb um terreno se vc constroem. Obrigada, aguardo retorno
    E...PARABÉNS!!!!! POR ESTE LINDO PROJETO.
    Att,
    Cíntia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Cíntia,
      O artigo não é meu, eu sou uma Arquiteta Sustentável e pesquisadora dessa área, e gosto de divulgar o que encontro de interessante. Moro no Rio de Janeiro, mas posso projetar uma casa dessas pra você quando desejar, sem problemas algum. Será um prazer.
      Att,
      Celina

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Casas Sustentáveis

Diversos modelos e ideias ou projetos de casas sustentáveis bem legais! Divirta-se e apreciem os modelos sem moderação! Captação de água e circulação de ar que mantém a temperatura agradável.  Ideias para aplicar em casas já construídas! Telhado verde! Tendência e obrigatoriedade em alguns países! Este modelo apresenta novas tecnologias! Lâmpadas com energia eólica! Captação de água e armazenamento. Fonte: Bioconservation

Aprenda a produzir gás metano em casa com um Biodigestor Caseiro

A geração de lixo, felizmente, pode ser uma aliada ao seu bolso e ao meio ambiente. A produção de gás natural é feita a partir do processo anaeróbionatural de decomposição realizado dentro de um biodigestor, o qual produz em especial o gás metano que tem um potencial de agravamento do efeito estufa muito maior do que o CO². Por conta disso, a utilização do metano como combustível -para fogões, por exemplo- passa a se tornar uma alternativa mais limpa, pois a partir desse processo você evita que metano seja liberado para a atmosfera naturalmente. Além disso, outro ponto positivo para a adaptação de um biodigestor caseiro é a autonomia gerada pela produção residencial do gás, pois após feito o biodigestor, você não precisará mais se preocupar em comprar gás butano. Já podem ser encontrados vários tipos de biodigestores a venda por um preço não tão elevado, contudo, essas câmaras de decomposição possuem um funcionamento tão simples a ponto de você poder produzir o seu próprio bio...

CALFITICE

Beleza e harmonia são características intrínsecas desta técnica Calfitice é uma mistura para diferentes aplicações. O próprio nome explica a técnica: Cal + Fibras + Tierra + Cemento (em espanhol). Sua origem é colombiana, onde foi aprimorada pelas mãos de Luis Carlos Rios, Engenheiro especialista em Geobiologia. Diferente das misturas de solo-cimento ou solo-cal onde a mistura é em estado semi-úmido no calfitice o a mistura é em forma de pasta, a fibra é o elemento que evita a trinca. Sua versatilidade em seus diferentes traços permite vários usos: revestimentos de paredes (convencionais, de madeira ou de terra), relevos artísticos, coberturas e também como estruturas. Fonte:  http://www.ecocentro.org/   Telhado em Calfitice Externo Telhado em Calfitice Externo