Há 12 anos o governo tenta, sem sucesso, conter a degradação
Foto: Angus MacRae
Um dos monumentos mais famosos do mundo e considerado uma das Novas 7 Maravilhas do Mundo está seriamente ameaçado pela poluição. Foi o que revelou o National Environment Engineering Research Institute da Índia, que publicou um comunicado afirmando que o mármore do Taj Mahal continua em processo de descoloração causado pela contaminação do ar e da água locais.
A degradação do monumento pela fumaça dos carros que circulam pelo local, pelos geradores de diesel e também pelas águas poluídas do rio Yamuna, que fica a apenas alguns metros do mausoléu, não é novidade. Desde 1998 a Suprema Corte da Índia tenta reduzir os índices de poluição na região próxima ao Taj Mahal. De acordo com o jornal The Telegraph, mais de £ 90 milhões já foram investidos para recuperar o famoso mármore branco da sujeira local.
Nos últimos 12 anos, diversas estratégias de contenção da sujeira foram aplicadas na região, como a substituição de riquexós a diesel por outros de energia menos poluente, construção de um pipeline de gás para trazer energia limpa à cidade, alargamento de estradas e manutenção do tráfego a uma distância de 500 metros do monumento.
Até uma substância utilizada por mulheres no sul da Ásia para limpar a pele, chamada “Multani Mitti”, já foi usada na esperança de tirar as impurezas do mármore. A atitude chamou a atenção de moradores e guias turísticos, que se queixaram que o produto deixou a fachada ainda mais amarelada.
Problema persiste
Apesar de todas as medidas, o túmulo construído no século XVII pelo imperador Shah Jahan para a sua mulher Mumtaz Mahal continua a degradar-se. De acordo com o novo estudo, os índices de poluição no local aumentaram drasticamente nos últimos 12 anos.
A cidade de Agra, onde o mausoléu foi construído, também cresce em tamanho, população e industrias, assim como o transito caótico local.
Segundo o Dr. JS Pandey, do National Environment Engineering Research Institute, a cidade precisa de uma ação abrangente para deter a poluição causada por construções não-autorizadas e sem planejamento, que prejudicam ainda mais o Taj Mahal.
“Não há dúvida de que isso é causado pela poluição do ar e do ambiente, da chuva ácida. As medidas tomadas até agora para conter o problema não funcionaram. Há muitas construções, ampliações, crescimento não-planejado. Precisamos de um modelo unificado, um plano de desenvolvimento urbano integrado”, afirmou ao The Telegraph.
Além do problema estético, a redução dos índices de água do rio Yumuna poderá danificar a fundação do monumento. “Do ponto de vista da engenharia, a poluição atmosférica não ameaça a estrutura, só que menos água no Yamuna e a mudança no curso do rio pode ter um impacto nas fundações”, alertou Ram Pratap Singh, diretor local do Indian National Trust for Art and Cultural Heritage.
O rio Yamuna, cujo caudal sofreu uma redução de cerca de quatro metros nos últimos anos, chega à cidade de Agra contaminado por detritos químicos e humanos, mesmo após uma recente tentativa de limpeza das águas, e continua a receber diretamente descargas de esgotos e lixo sólido da cidade.
Fonte:EcoD
Fonte:EcoD
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