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Centro do Aço da ArcelorMittal, Caal

Ao fundo, o Centro de Aço da ArcelorMittal, Caal © Art & Build


Com o compromisso no desenvolvimento sustentável, a ArcelorMittal resolveu dar o exemplo de um edifício construído com o máximo de aproveitamento dos sistemas em aço existentes para diminuir o consumo de recursos naturais e de energia com o Centro do Aço da ArcelorMittal, Caal, em Flemalle (Liège, Bélgica).

Um dos destaques do projeto está em seu modo de construção, caracterizado por:

Construção elevada em relação ao solo, priorizando a leveza do edifício
Muita transparência e luz natural
Pré-fabricação e redução de custos
Conforto dos usuários, economia de energias

O edifício foi submetido ao certificado de obra sustentável da Bélgica, o “Valideo Construction durable” (construção sustentável Valideo). A certificação baseia-se em critérios como desempenho energético, escolha dos materiais, gestão da água, conforto acústico e visual, acessibilidade, etc., assim como também a construção da obra, e é concedido apenas a projetos que valorizam a qualidade do edifício e o respeito pelo meio-ambiente.
O planejamento da obra foi marcado pelo desejo de cumprir todas as exigências ambientais e as condições orçamentais rigorosas. Para isso, todos os envolvidos na obra trabalharam juntos em prol do mesmo objetivo.

Vista da fachada sul ao entardecer © Marc Detiffe

700 toneladas de aço
O programa e as respectivas condições traduziram-se em disposições arquitetônicas e equipamentos especiais, como a consideração do local para implantação do edifício e para lhe conferir a sua orientação. A escolha de materiais com aço como material predominante – com estrutura e revestimento natural e presentes também na fase de acabamento e no mobiliário (700 toneladas no total) – permitiu um impulso na pré-fabricação, uma obra rápida e uma construção a seco.

Foi dada uma especial atenção ao aproveitamento e conforto dos usuários das instalações, de modo a criar um estimulante ambiente de trabalho e evitar qualquer funcionamento dispendioso.

A utilização de sistemas de uso inteligente de energia e recursos, assim como também de sistemas baseados em energias renováveis, tendem a transformar este edifício num "passive building". Por fim, foram consideradas 150 medidas relacionadas com o desenvolvimento sustentável na construção do edifício: desde a escolha dos materiais e da arquitetura, até à triagem seletiva, à escolha dos eletrodomésticos e dos produtos de manutenção.

No vasto terreno onde se eleva o Centro de Aço existia há tempos uma fábrica de tubos. Contaminado por óleos e gases, este local foi sujeito a trabalhos de despoluição na região de Valona (Bélgica). A escolha de um edifício sobre estacas solucionou de imediato a problemática, evitando o contato direto com o solo.

A implantação do edifício, retirado da estrada bastante movimentada que contorna o rio, foi definida com o propósito de poder construir outros edifícios terciários do mesmo tipo num futuro próximo. Ele foi pensado como um ponto de referência, visível a partir de várias localizações e facilmente identificável.

Edifício foi construído com o máximo de aproveitamento dos sistemas em aço existentes © Art & Build

Um edifício simples e leve
A arquitetura do Centro de Aço está de acordo com a filosofia da ArcelorMittal de não desperdiçar recursos naturais. Projetada cuidadosamente, a sua forma é a expressão da sua função, a sua construção revela as escolhas sensatas quanto à sua organização e aos materiais utilizados em obra.

Sobre pilotis, o edifício possui uma forma simples: um paralelepípedo de 80 metros de comprimento por 16 metros que contem quatro pisos de escritórios e de salas comuns.

Um cubo em vidro representa a recepção, no nível do solo, e o restaurante empresarial. A circulação vertical, deliberadamente descentrada na fachada sul, está marcada pela cobertura com telhado sobrelevado, que quebra a horizontalidade da fachada, ao mesmo tempo em que define a organização do edifício.

A estrutura em aço, relativamente leve – calculada para uma resistência de 350 kg/metro quadrado –, associa pilares circulares a vigas alveolares e lajes tipo colaborantes. Nas vigas alveolares passam os dutos de fluidos, de modo a otimizar a altura total das placas. Os pilares são visíveis em todo o edifício, deixando transparecer o modo construtivo adotado.
O aço se destaca na obra ©Art & Build

Hall de entrada com vista para um estacionamento © Art & Build O refeitório © Art & Build
Uma arquitetura metálica luminosa
A luz natural penetra por todo o edifício, reduzindo o consumo de luz artificial, que é gerado por um sistema automatizado que evita qualquer consumo desnecessário.

O edifício é generosamente revestido em vidro, através da utilização do sistema fachada-cortina nas suas quatro fachadas. A fachada sul, equipada com vidro duplo, atenua a radiação solar e distingue-se pelo conjunto de faixas horizontais largas em chapa de aço laqueada.

A transparência não foi apenas considerada na fachada, mas também na organização do interior e induz modos de utilização. Exclusivamente aplicada na fachada para obter o maior benefício da luz natural, todos os escritórios são separados por corredores com paredes totalmente envidraçadas. Isto permite a entrada de luz natural no centro do edifício e cria uma dupla perspectiva visual.

Quando a luz do dia é insuficiente ou é detectada a presença humana, o sistema de iluminação é automaticamente acionado. Incorporado no teto falso, o sistema compreende todas as lâmpadas do escritório.

Entre os pisos 1 e 2, assim como também nos 3 e 4, foram criados vazios nas lajes para formar volumes de respiração e romper com a linearidade dos níveis. No local destes fundos encontram-se espaços de convívio de dois andares.
Outra fachada do Caal ©Art & Build

E oferece ambientes luminosos, com conforto aos usuários © Art & Build  Volume em aço abriga a sala de reuniões © Art & Build
Conforto acústico e térmico e energias renováveis
Tanto para aquecimento, eletricidade ou gestão da água, os sistemas adotados são econômicos e exploram as energias renováveis.

Assim, para além do seu aspecto estético, os forros falsos em chapa de aço perfurada têm uma importância acústica e térmica. As serpentinas colocadas em contato com a chapa difundem de uma forma homogênea o calor ou o frio, de acordo com a estação do ano.

Uma bomba de calor, alimentada por sete poços de perfuração de 15 a 30 metros de profundidade, complementam o sistema de aquecimento.

Um sistema mecânico de ventilação renova o ar do edifício entre os escritórios, os corredores e os banheiros, as fachadas não dispõem de sistema de abertura, exceto do lado direito dos elevadores.

O mobiliário, idêntico em todos os escritórios, mas adaptável a cada situação, foi concebido em materiais não-emissivos e absorventes do ponto de vista acústico.

A água utilizada nos banheiros provém de um reservatório que armazena a água da chuva. Os coletores solares no telhado alimentam o circuito de água quente e os painéis fotovoltaicos, integrados num local abrigado perto do edifício, contribuem para a alimentação do circuito elétrico.
A fachada sul, à noite © Art & Build

Um dos espaços internos. Destaque para a iluminação natural © Art & Build A transparência foi considerada na  organização do interior e induz modos de utilização © Art & Build

Engenharia contra incêndios
Para responder à regulamentação, os pilares da estrutura são preenchidos em concreto armado e apenas as vigas situadas sobre os pilares se beneficiam de uma flocagem.

Obra rápida e segura
Com um prazo de montagem de apenas quinze dias para cada nível, a obra desenvolveu-se num total de dezesseis meses e meio. O prazo definido desde início foi respeitado.

Além disso, e de acordo com o objetivo inicial, a obra desenvolveu-se sob estritas condições de segurança.
(por Eve Jouannais)


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