Casa montada no CTU servirá como teste para o sistema construtivo
O Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) abriga uma casa de 43 m² com dois quartos, sala, cozinha e banheiro que foi erguida com tecnologia alemã de construção a seco, chamada de woodframe. A execução da obra foi realizada em três horas nesta sexta-feira (1/11). A iniciativa atraiu dezenas de pessoas que acompanharam a montagem da casa etapa a etapa.
A estrutura da edificação é de placas em OSB. São madeiras que depois de coladas adquirem alta resistência mecânica. Após a conclusão da fundação, ou radier, as paredes foram coladas uma a uma por guindaste, e por último o telhado foi fixado. A casa será finalizada na próxima segunda-feira, com a colocação das telhas, portas e janelas, acabamento interno de placas de gesso acartonado, pias e louças sanitárias.
Primeira parede é colada na fundação
Além da rapidez e agilidade, outra vantagem da moradia é o baixo custo. A edificação também é um exemplo de construção sustentável, pois gera pouco resíduo de obra. De acordo com a professora Ercilia Hitomi Hirota, do Departamento de Construção Civil, e coordenadora do projeto de pesquisa “Zero-Energy Mass Custom Homes”, ou ZEMCH Brazil, além da rapidez, o sistema alia a tecnologia com redução de até 90% das perdas do processo de construção da moradia.
Guindaste posiona a segunda parede
O ZEMCH é uma rede internacional formada por pesquisadores de vários países, cujo objetivo é desenvolver moradias com conceito sustentável. “Na Europa e Estados Unidos só se usa a construção a seco. E a mesma tecnologia será usada na construção de um outro protótipo desenvolvido pela UEL”, informa Ercilia. Ao lado da casa será erguido um protótipo desenvolvido pelos professores e estudantes do mestrado em Metodologia de Projetos de Arquitetura e Urbanismo.
Mais uma parede é posicionada na montagem da casa
A professora observa que o mercado da construção civil brasileira está aberto a diferentes tecnologias de construção. A montagem da casa protótipo é resultado da parceria do projeto ZEMCH Brasil, que também é desenvolvido na UEL, com a Tecverde, da área da construção civil, além de instituições como a Universidade de São Paulo (USP), de São Carlos, Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), COAB e Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), do Norte do Paraná.
Colocação da última parede para fechar a casa
A casa protótipo foi doada ao CTU pela Rede iVerde, vinculada à empresa Tecverde, em parceria com a multinacional americana LP Brasil. De acordo com José Márcio Fernandes, sócio-diretor da Tecverde, o sistema é a única tecnologia de construção a seco homologada no programa habitacional do governo federal, Minha Casa Minha Vida.
Parede recebe o ajuste dos trabalhadores, enquanto estudantes observam
O sistema construtivo, segundo ele, inclusive, é disponibilizado a construtoras a partir de um modelo de licenciamento de tecnologia. “A casa atende integralmente as normas brasileiras de desempenho térmico e acústico”, salienta José Marcio. Ele acrescenta que a madeira usada na construção tem durabilidade superior a 50 anos, pois passa pelo tratamento de autoclave. “Cerca de 60% a 70% da casa é fabricado na indústria”, diz José Márcio.
Colocação da estrutura do telhado conclui a montagem. Acabamentos serão colocados na próxima semana
Para o Gerson Guariente Júnior, presidentes do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon-Norte), a tecnologia woodframe permite maior controle do processo de construção. “Outra vantagem é a produção de mais unidades com menos mão-obra”, salienta.
Fonte: Agência UEL
Comentários
Postar um comentário