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UMA ANÁLISE DE PUERTO MADERO MIMICS FILM


Por Marcelo Gardinetti | dez 2012

Exterior e interior de camadas de imagens icônicas permeáveis ​​é a proposta da Arquiteta Alemã Nora Graw para a área de Porto Madeira, em Buenos Aires. O projeto tem como objetivo criar um ambiente para a indústria cinematográfica, onde cenas extraídas do mundo real provenientes do cinema convencional com o mundo abstrato criado em filmes de animação.

Transferir essas premissas para uma obra de arquitetura não é uma tarefa simples, como demonstrado no resultado.  O projeto se baseia na busca por uma identidade única e referencial, e desaparece em um clichê artificial de linhas dinâmicas e espaços incompreensíveis que não fazem nada mais do que dissolver as boas intenções que deram origem ao mesmo.


Puerto Madero Mimics Films
O volume proposto para o edifício respeita as condições do entorno. Sua figura representa uma continuidade com a série de construções recicladas da área do porto antigo, preservando o acesso do passeio público aos bancos situados ao longo do dique. O respeito pelo contexto vai de encontro a intenção icônica pretendida para o edifício como também para o programa de hospedagem: cinemas e escritórios para pequenas empresas da indústria cinematográfica.

A singularidade do projeto destaca sua identidade contemporânea entre as pesadas estruturas das construções próximas. A conformação etérea da malha estrutural exterior permite descobrir nas entrelinhas formas compactas dos volumes interiores, estabelecendo uma sobreposição de imagens e sombras entre o plano perfurado e os corpos localizados atrás.

O gesto do edifício em um dos cantos externos e as formas especiais do piso externo constituem um efeito que atrai o visitante para o interior do edifício. A pequena praça assim criada, propõe um espaço exato de transição que articula e faz fluir a passagem do passeio público para o hall interno.
Imagens: ©Nora Graw
No interior, o edifício oferece realidades opostas aos claros conceitos vertidos na conformação externa. As formas dinâmicas sugeridas nos volumes dos quartos dispõem de um grande fluxo de circulação em seu interior, dinâmicas de uso e independência funcional. Mas, inevitavelmente, qualquer excesso no projeto leva ao caos, e o interior do Mimics Films transita por esse caminho.
A desnecessária profusão de linhas onduladas é intimidante conduzem ao caos. O projeto põe em cena uma quantidade de espaços não humanizados que incentivam a rejeiçã. O interior assim concebido extinguiu as boas intenções expressas na idéia conceitual, instala a noção de arquitetura emaranhada num capricho decorativo irrelevante.
As camadas que se propõem a revelar qualidades diferentes de superfícies e propor a organização do espaço interior tonam o papel principal do lugar, e sua imagem distinta ofusca não faz mais do que ofuscar uma ideia que a princípio parece suficientemente estabelecido para não precisar deles. Às vezes, ultrapassar os limites necessários de desenho é tão contraproducente quanto sua ausência.



Fonte: TECNNE ©Marcelo Gardinetti














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