Pular para o conteúdo principal

Com construção alternativa, casa no litoral de SP é a primeira certificada no Brasil


Sendo a construção um setor altamente poluente, a busca por certificações e alternativas mais sustentáveis se torna cada vez mais necessária. O escritório de engenharia LCP é um exemplo brasileiro de que é possível construir com impactos muito menores. A prova disso é que um dos projetos residenciais feitos pelo grupo recebeu durante a 5ª Expo Greenbuilding Brasil o primeiro selo de Referencial GBC Brasil Casa.

Localizada em Maresias, no litoral de São Paulo, a residência é de alto padrão e possui 1.880 m² de área construída. No entanto, seu principal diferencial é a utilização de Painéis de Argamassa Armada com miolo de Poliestireno Expandido (EPS), que substituem as paredes tradicionais de concreto ou tijolo.

Foto: Divulgação

Apesar de não ser ainda muito famosa no Brasil, esta tecnologia é bastante comum na Europa e Estados Unidos, a própria LCP já a utiliza em projetos nacionais desde 1990 e, inclusive, fabrica o material aqui, em parceria com empresas brasileiras. No ano passado, a empresa construíu um protótipo de habitação popular utilizando este mesmo sistema (veja aqui).

As placas são feitas de poliestireno expandido, tela de aço e argamassa. Ao contrário do que possa se pensar, este é um sistema altamente resistente, criado para suportar terremotos e furacões. Além disso, ele praticamente não deixa resíduos na obra, fator essencial para garantir a sustentabilidade de um projeto.

Em entrevista ao CicloVivo, a engenheira Lourdes Cristina Printes, explicou que este processo é muito mais rápido do que uma construção tradicional. A casa em Maresias foi construída em apenas oito meses. “Nós ganhamos em tempo. Isso chega a economizar 20%, pela redução dos gastos com mão-de-obra”, esclarece a especialista. Os custos durante a fase de construção também são minimizados pela economia em materiais como madeira e cimento, fatores que compensam o investimento na tecnologia.

Para que conseguisse a certificação, o projeto teve que atentar a muitos outros fatores, desde a limpeza no canteiro de obras até a utilização de fontes renováveis de energia. Um dos bons exemplos do projeto, segundo a engenheira, foi a reutilização da água da chuva. O que seria um problema, virou uma ótima saída. Durante as obras choveu muito no litoral paulista, mas isso não foi em vão. Com um sistema de coleta e armazenamento, a água da chuva foi usada em 60% de toda a argamassa usada na residência.

Dentro da casa, os materiais, principalmente relacionados à água e energia, foram os mais eficientes possíveis. A residência conta com sistema de aquecimento solar e também utiliza placas fotovoltaicas para produzir sua própria energia limpa. As medições individualizadas facilitam o controle sobre o consumo de energia e ajudam a minimizar o desperdício. Nas áreas externas foram utilizados pisos drenantes e a economia de água usada para a irrigação do sistema chega a 72%.

Imagem: Divulgação

A utilização das placas de EPS permite que, mesmo em uma obra deste porte, os resíduos gerados sejam mínimos e até reaproveitados. Portanto, quase nada é descartado. Especificamente em Maresias, Lourdes explica que os restos do isopor foram doados às escolas da comunidade e os resíduos do ferro voltam ao fabricante para serem reutilizados.

A engenheira também lembra que em qualquer construção sustentável, o projeto arquitetônico é essencial. Considerar as condições climáticas e geográficas é essencial para aproveitar os benefícios naturais da melhor maneira possível, como a iluminação e ventilação. O impacto disso é sentido da eficiência da estrutura e no bem-estar dos moradores.

Imagem: Divulgação

Por Thaís Teisen – Via: CicloVivo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Casas Sustentáveis

Diversos modelos e ideias ou projetos de casas sustentáveis bem legais! Divirta-se e apreciem os modelos sem moderação! Captação de água e circulação de ar que mantém a temperatura agradável.  Ideias para aplicar em casas já construídas! Telhado verde! Tendência e obrigatoriedade em alguns países! Este modelo apresenta novas tecnologias! Lâmpadas com energia eólica! Captação de água e armazenamento. Fonte: Bioconservation

Aprenda a produzir gás metano em casa com um Biodigestor Caseiro

A geração de lixo, felizmente, pode ser uma aliada ao seu bolso e ao meio ambiente. A produção de gás natural é feita a partir do processo anaeróbionatural de decomposição realizado dentro de um biodigestor, o qual produz em especial o gás metano que tem um potencial de agravamento do efeito estufa muito maior do que o CO². Por conta disso, a utilização do metano como combustível -para fogões, por exemplo- passa a se tornar uma alternativa mais limpa, pois a partir desse processo você evita que metano seja liberado para a atmosfera naturalmente. Além disso, outro ponto positivo para a adaptação de um biodigestor caseiro é a autonomia gerada pela produção residencial do gás, pois após feito o biodigestor, você não precisará mais se preocupar em comprar gás butano. Já podem ser encontrados vários tipos de biodigestores a venda por um preço não tão elevado, contudo, essas câmaras de decomposição possuem um funcionamento tão simples a ponto de você poder produzir o seu próprio bio...

CALFITICE

Beleza e harmonia são características intrínsecas desta técnica Calfitice é uma mistura para diferentes aplicações. O próprio nome explica a técnica: Cal + Fibras + Tierra + Cemento (em espanhol). Sua origem é colombiana, onde foi aprimorada pelas mãos de Luis Carlos Rios, Engenheiro especialista em Geobiologia. Diferente das misturas de solo-cimento ou solo-cal onde a mistura é em estado semi-úmido no calfitice o a mistura é em forma de pasta, a fibra é o elemento que evita a trinca. Sua versatilidade em seus diferentes traços permite vários usos: revestimentos de paredes (convencionais, de madeira ou de terra), relevos artísticos, coberturas e também como estruturas. Fonte:  http://www.ecocentro.org/   Telhado em Calfitice Externo Telhado em Calfitice Externo