Capaz de gerar energia elétrica ao mesmo tempo que dá forma a paredes, o DysCrete, assim chamado o inovador concreto solar alemão, atua exatamente como uma placa solar e é visto como um divisor de águas para a arquitetura sustentável. Os responsáveis por sua criação são uma artista, um arquiteto e pesquisadores da Universidade de Kassel, na Alemanha, que utilizaram durante todo o processo de geração do produto os mesmos fundamentos de desempenho das placas solares comuns.
Assim como as plantas, que absorvem a luz do sol transformando-a em energia, o concreto solar inspirou-se no processo de fotossíntese para funcionar. Para tal, seus inventores utilizaram como base concreto convencional misturado a grafite e dióxido de titânio, materiais esses responsáveis por fazer do concreto solar um condutor elétrico tanto positivo, quanto negativo. Aliás, esse é um de seus diferenciais, que faz com que ele seja sensível ao toque e gere eletricidade por meio de um simples contato da mão com a parede.
Após solidificado, o concreto solar recebe algumas camadas de tinta com o objetivo de oferecer ao produto as propriedades necessárias ao seu funcionamento. Ou seja, são criadas “células solares sensibilizadas por corante” apropriadas para realizar uma fotossíntese artificial quando interligadas e na ordem correta de cores gerando, consequentemente, eletricidade. “As camadas têm pigmentos específicos que, quando atingidos pela energia solar, liberam elétrons e fluem como uma corrente elétrica”, explica Thorsten Klooster, o arquiteto inventor.
O concreto solar em uma construção sustentável
Em relação à eficiência do concreto solar como material de construção, as investigações continuam a ser feitas com a finalidade de melhorar o seu desempenho. Uma célula solar presente nele, por exemplo, fornece apenas centenas de milivolts, o que faz com que sua eficácia seja de apenas 2%. Apesar disso, os pesquisadores afirmam que o emprego do concreto solar em obras vale muito a pena. A prova está nas condições de iluminação: quando ideais, apenas um metro quadrado do produto é capaz de gerar 20W de energia.
Heike Klussmann, gerente de projetos e uma das envolvida na criação, ainda observa que a vantagem do concreto solar está na forma fácil com que é produzido, além de ser ecologicamente correto e permitir aplicação em grandes áreas. “Pensando no futuro, dá para imaginar uma cidade na qual todas as superfícies lisas e impermeáveis consigam produzir eletricidade”, conclui Heike. Por esta razão, o concreto solar é indicado para uso em fachadas; quanto mais células solares tiver, mais a parede produzirá energia.
O lado positivo do material também está nos custos da produção, que são mais baixos que o das placas fotovoltaicas pelo valor acessível de seus materiais, o que resultará em uma comercialização também mais barata. A estimativa dos cientistas é de que o concreto solar estejadisponível no mercado de construção civil em até cinco anos. Que venha para o Brasil e que sua invenção inspire os pesquisadores daqui!
Fontes: Universität Kassel e Deutsche Welle
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