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Sustentabilidade: paisagismo ornamental e os jardins comestíveis

Um dos maiores desafios para o paisagismo contemporâneo é a incorporação de elementos hortenses aos jardins, principalmente àqueles fora do ambiente doméstico. As hortas já saíram de moda várias vezes. Mas, atualmente, com a crise econômica mundial, a ideia de cultivar o seu próprio alimento e praticar a sustentabilidade tem ganhado mais adeptos. Jardins comestíveis já são comuns em países da Europa desde a época renascentista, quando os franceses passaram a utilizar as hortas também como ornamento. E, agora, este resgate da cultura da jardinagem voltada para a alimentação saudável pode ir além do movimento cultural para a transformação dos espaços públicos.
Os jardins hortícolas além de belos possuem também a função de fornecer alimento.

Nos Estados Unidos muitos estão investindo na criação de jardins hortícolas como hobby e também como opção de negócio. A pessoa ícone desta campanha é a primeira-dama Michelle Obama. Há alguns anos ela mandou plantar nos jardins da residência oficial, a Casa Branca, diversas espécies de plantas comestíveis que são consumidas em banquetes presidências. Ela mostrou ao povo americano que investir em sementes, adubos e água para o cultivo de alimentos valia mais a pena do que os jardins ornamentais. E seu exemplo tem dado bons resultados. Mesmo nos estados mais ricos, como o da Califórnia, existem pessoas cultivando edible gardens. O movimento Path to Freedom e o Kitchen Gardeners International são redes de incentivo aos pequenos horticultores urbanos e às pessoas que querem aderir à esta nova visão sobre o papel dos jardins.

Michele Obama ensina que o cultivo de hortas pode ser mais que um simples hobby, mas um reforço à renda familiar em tempos de crise.
+ Jardins hortícolas pelo mundo

Na arquitetura veem-se exemplos de jardins utilitários em projetos de diferentes épocas. Os complexos e exuberantes Jardins de Villandry, no Castelo de Villandry, na França, do século dezesseis, mostram a harmonia artística entre técnica e natureza. Das novas zonas implantadas na década de 1920 duas são dedicadas à horta decorativa e ao jardim aromático. No total são setenta mil espécies comestíveis diferentes na propriedade.

A rigidez das estruturas geométricas dos caminhos de Villandry contrasta com as formas livres e assimétricas dos vegetais, o que torna seus jardins ainda mais fascinantes. Deste mesmo modo, também se têm as áreas produtivas no Palácio Nacional de Sintra, em Portugal. Um projeto, implantado mais recentemente, vem lutando contra a perda da biodiversidade local e pela promoção do uso de certas espécies na divulgação da herança cultural portuguesa.

A beleza arquitetônica do Palácio de Villandry é ressaltada por um jardim repleto de diferentes cores e aromas.

Em 2010 o escritório Hoerr Schaudt Landscape Architects, de Chicago, apresentou um belo projeto para o Gary Comer Youth Center. Este é um bom exemplo de jardim utilitário. O edifício da escola, localizada em um bairro com pouco acesso a espaços ao ar livre, ganhou uma cobertura verde. Para o terraço, os arquitetos propuseram um espaço dedicado à agricultura urbana. O objetivo é, através da grande variedade de material vegetal, promover o plantio customizado como ferramenta de ensino. Deste modo, os jovens são incentivados a alimentarem melhor seus corpos e mentes, a instigar seus sentidos e atrair o equilíbrio psicológico.
Crianças e jovens podem aprender, no meio escolar, a importância de se respeitar a natureza e manter uma alimentação saudável.
+ As vantagens dos jardins comestíveis

Os jardins são locais onde o plantio geralmente serve para embelezar o entorno das edificações. Porém, eles podem ser ainda mais úteis. Pode-se aliar a função paisagística às necessidades diárias das famílias. As hortas são uma excelente ideia para jardins funcionais. Nelas, pode haver espécies destinadas tanto à estética quanto ao fornecimento de alimentos. A ideia é, justamente, unir estas duas vertentes, promovendo, dentro do lar, mais respeito e participação por aquilo que se consome.
Ao redor do mundo, já existem muitas ações sociais promovendo a jardinagem em espaços urbanos.

Nos centros urbanos existem muitas áreas com bons espaços para a criação de jardins comestíveis. Para aqueles que moram em apartamento o desafio parece maior, mas não é impossível. Muitas empresas vêm apostando em vasos e nichos especiais para sacadas, terraços e ‘jardins verticais’. Em locais pequenos podem-se plantar temperos, ervas, legumes e pequenas mudas de espécies frutíferas. Além de proporcionar uma bela decoração, incentiva a boa alimentação e deixa um aroma agradável nos ambientes.
Em um jardim hortícola pode-se plantar hortaliças, flores comestíveis, trepadeiras e frutas.
+ O Repolho no paisagismo ornamental

Da espécie Brassica Oleraceae, com altura em torno de 35 cm e folhas dispostas em roseta, o ‘repolho ornamental’ é uma planta oriunda da região do Mediterrâneo e da Ásia Menor. Embora seja semelhante ao repolho crespo comum, esta espécie possui folhas muito mais duras e por isso não é apropriada para a gastronomia. Mas este repolho é bem resistente, principalmente ao frio, desde que o solo seja drenado, irrigado, iluminado e enriquecido com matéria orgânica.
Os repolhos de jardim pode apresentar cores como o rosa, o azul, os verdes, o creme e o púrpura.
O repolho ornamental fica muito bonito plantado individualmente em vasos ou em canteiros, intercalado com flores coloridas.

Muitos jardineiros utilizam esta planta ornamental para formar maciços densos em canteiros, vasos ou jardineiras. A multiplicação do repolho de jardim é feita através de sementes. E por perder parte da sua beleza, com o passar do tempo, sua troca é necessária em intervalos bienais ou anuais. A textura diferenciada, as flores amareladas em forma de espiga e as diferentes colorações da planta, que vão desde o rosa ao azul, tornam esta folhagem muito interessante para a decoração. Não é a toa que podemos ver, atualmente, a sua utilização em diversos projetos de paisagismo.

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